domingo, 27 de março de 2016

INSTALAR UM KIT GERADOR DE HIDROGENIO NO SEU CARRO VALE A PENA?



Em tempos de combustível caro, surgem sempre alternativas que prometem efeitos milagrosos para o usuário, proporcionando resultados que beiram o extraordinário. A bola da vez é o gerador de hidrogênio. Isso me chamou muito sua atenção. Afinal, os outros métodos tidos como “milagrosos”, se não ofereciam o resultado anunciado, pelo menos não expunham o usuário a risco. Agora a coisa muda de figura. Estamos falando de algo, que se não for bem manuseado, pode ocasionar algum tipo de incidente.  

Não é meu interesse pessoal, nem é o objetivo do Blog, denegrir ou mesmo difamar um produto ou serviço. Mas, sinto-me na obrigação de esclarecer alguns pontos importantes que, por algum motivo, são omitidos dos consumidores. Por isso, meu amigo leitor, vou dar subsídios para que você possa refletir sobre o que é anunciado e possa tirar suas próprias conclusões. 

  • Primeiramente, vamos ao centro da questão – o Hidrogênio.  é o elemento químico mais abundante do Universo. é altamente inflamável, invisível, sem cheiro, além de extremamente leve. Essas características tornam seu armazenamento difícil, devido a complexidade de vedação, e por isso mesmo sujeito a vazamento. Ou seja, se vazar, você não vai perceber e o risco de incêndio é iminente!!
  • Obter Hidrogênio nem é tão difícil assim. Com um pouco de conhecimento de química você mesmo pode fazer a experiência em casa. Estudamos isso no ensino médio e o processo, conhecido como eletrólise, utiliza uma corrente elétrica para obter oxigênio e hidrogênio a partir da água. E é isso que o kit faz: aproveita a corrente da bateria para produzir o hidrogênio de uma porção de água acumulada em um reservatório. O que quero destacar aqui não é como o sistema gera o hidrogênio, isso ele faz. O que considero questionável é o fato de utilizá-lo como combustível.
  • O que chama mais atenção são os benefícios prometidos aos clientes, que vale a pena salientar, não são poucos. Vão desde aumento da potencia do motor a promessa de economia de combustível E que economia!!! Entre 20 e 60%, segundo um dos principais fabricantes!!! Não satisfeito, a empresa ainda garante o aumento da vida útil do motor e redução da emissão de poluentes. Será? Parece bom demais pra ser verdade, não é mesmo? Discurso parecido vemos no horário eleitoral. 
  •  é importante ainda que se diga que ao instalar o kit seu motor não estará queimando apenas Hidrogênio. Isso seria inviável, pois exigiria mudanças radicais no motor, além de um tanto quanto irresponsável pelo risco envolvido. Só pra constar, quem usa hidrogênio como combustível é foguete, ok? E como seu carro está muito distante de levar você a Lua, o que ocorre na realidade é uma mistura de hidrogênio, oxigênio e vapor d´agua que é queimado junto com o combustível original. Segundo o fabricante, isso torna a queima mais eficiente e dai se obtém a redução no consumo. Que fique claro, quem afirma isso é o fabricante e somente ele. Não há nenhuma instituição que homologue o produto. Além do que, o produto não é certificado e sua instalação não segue normas como o kit de GNV, por exemplo.
  • E para encerrar o post, quero deixar bem claro que não existe solução tecnológica que opere milagres quando o assunto é consumo de combustível. Entenda que quando optamos por instalar algum equipamento em nosso carro transferimos para ele a responsabilidade pela redução do consumo, quando na verdade, cabe a nós fazer com que o carro possa consumir menos combustível. Pense nisso.

quinta-feira, 24 de março de 2016

DICAS DE MANUTENÇÃO ANTES DE VIAJAR. NÃO PEGUE A ESTRADA ANTES DE LER ESSE POST.



Em todo feriado, é comum reunir a família e por o pé na estrada. Tanque cheio, porta malas lotado é hora de viajar. Mas será que você tomou os devidos cuidados? Saiba que os pneus são a única parte do veículo em contato com o solo. Portanto, cuide deles!!! Então, se você pretende fazer um passeio tranquilo, leia com atenção as dicas abaixo, e boa viagem!!!

DESGASTE
O aspecto geral dos pneus é o primeiro ponto ao observar. Olhe atentamente para eles.  Procure por bolhas, deformações ou rasgos na borracha. Não se limite só a olhar. Passe as mãos na superfície de borracha. Sinta as imperfeições. Verifique se a banda de rodagem apresenta desgaste irregular. Isso é indicio de falta de alinhamento ou problemas na suspensão. Nesse caso é bom levar a uma oficina para verificar as buchas, terminais de direção, pivôs, molas e amortecedores. Outro ponto que você não pode esquecer é a profundidade dos sulcos. Procure pelo TWI. Pela legislação, não deve ser inferior a 1,6mm. Uma dica é pôr a ponta da chave do carro nos sulcos e comparar o nível de desgaste de cada pneu. Assim você passa a ter uma referencia. Se o desgaste tiver acima do recomendado, não titubei, troque os pneus!

PRESSÃO
Agora, vamos verificar a pressão. Os pneus modernos não utilizam câmara de ar. é a própria pressão do ar que ajuda a manter a estrutura do pneu e dá forma ao conjunto. Portanto mantenha os pneus com a calibragem indicada pelo fabricante. Essa informação está no Manual do veículo, na coluna da porta ou até na tampa de abastecimento de combustível. Se o carro estiver muito carregado, calibre com uma ou duas libras a mais para compensar o peso adicional. E não se esqueça do estepe. Ele pode ser muito útil na sua viagem. Lembre-se que a baixa pressão dos pneus contribui para o aumento do consumo, eleva o peso do volante e diminui a capacidade dos pneus de absorver impacto.

ALINHAMENTO
Mesmo que você não tenha identificado desgaste irregular nos pneus é recomendado fazer o alinhamento das rodas. Esse serviço mecânico ajusta o conjunto pneu/roda na posição correta em relação a suspensão e direção. Tudo realizado seguindo parâmetros informados pelo fabricante. Além do baixo custo, o alinhamento proporciona grandes benefícios como maior estabilidade direcional e retorno do volante, ou seja, o veículo mantem a tendência de seguir em linha reta, facilitando a condução, além de permitir o giro natural do volante após uma curva. Esses fatores têm relação direta com o conforto e segurança ao dirigir. Principalmente na estrada.

BALANCEAMENTO
Se for feito o alinhamento, a oficina obrigatoriamente deve realizar o balanceamento dos pneus. Muita gente acredita que o balanceamento serve apenas em caso de instalação de um pneu novo. Não, muito pelo contrário! Ele deve ser realizado sempre junto com o serviço de alinhamento. O balanceamento evita vibrações no volante em velocidades mais altas, pois o conjunto pneu/roda está com o peso distribuído corretamente. Além disso, elimina vibrações indesejadas no conjunto mecânico que pode vir a ocasionar desgaste prematuro dos componentes da direção e suspensão.

RODIZIO
E por último, e não menos importante é o rodízio dos pneus. Esse serviço inverte a posição dos pneus, passado do eixo dianteiro ao traseiro, e vice versa, para distribuir o desgaste e aumentar a vida útil do pneus. É importante seguir uma sequencia de acordo com o tipo de tração do seu carro, pois para modelos com tração dianteira, traseira ou nas quatro rodas existe uma sequencia especifica a ser seguida e uma boa oficina saberá como realizar.

domingo, 20 de março de 2016

CAMBIO AUTOMÁTICO. QUANTO MAIS MARCHAS MELHOR?




Para quem viveu os anos oitenta como eu, onde carro bom tinha duas portas, porque era mais “seguro” para as crianças e cambio bom era o manual porque permitia o controle do carro pelo motorista, ver o crescimento do cambio automático entre os consumidores é algo que me chama muita atenção. Há trinta anos atrás poucos carros eram equipados com esse sistema, como o Ford landau com seu modelo de três marchas, e alavanca na coluna de direção. Nos dias de hoje, ainda é possível ouvir algumas pessoas chamando o sistema de “hidramático”, que na verdade não é um tipo de transmissão, mas sim uma alusão ao fabricante americano Hydramatic.

Nas décadas seguintes, mesmo com a abertura da importação, a transmissão automática se restringia aos mais sofisticados veículos, limitando o acesso ao sistema pelo grande público. Mas na segunda década dos anos 2000 a comodidade gerada pelo sistema foi ganhando adepto em todas as montadoras e hoje no País, ate mesmo modelos urbanos, com motores pequenos, são equipados com o sistema.

Quanto ao número de marchas as opções são grandes. Quatro, Cinco, seis, sete, oito, nove marchas!!! Há uma diversidade de opções no mercado, para todos os tipos de gostos e bolsos. E justamente essa grande diversidade de sistemas é que causa dúvida entre os consumidores que se perguntam se quanto mais marchas melhor?

Sim, sem sombra de dúvida! Se seu orçamento permitir, opte sempre pelo maior número de marchas, não importando o segmento em que seu carro está inserido. Entenda que, em relação à transmissão automática, mais é sempre melhor.

Quanto maior o número de marchas, melhor o aproveitamento do torque do motor em todas as faixas de rotação. As marchas mais baixas, de primeira a quarta por terem relações mais próximas aproveitarão melhor o torque do motor, melhorando o desempenho na cidade. Já as  marchas altas, ou acima da quinta, possuem relação de transmissão alongada, permitem que o motor trabalhe em rotações mais baixas, beneficiando o consumo e reduzindo o nível de ruído e vibração, principalmente em viagens. Só para efeito de comparação, um cambio com cinco marchas, a 120Km/h o motor estará a 3.000 rpm. No de seis, na mesma velocidade, a rotação se aproxima de 2.700 rpm. Ou seja, desempenho na cidade, economia e conforto na estrada.
Portanto, fuja das Montadoras que insistem em vender modelos com versão automática de quatro marchas.  É uma volta ao passado!!! Além de antiquado o sistema com quatro marchas limita o desempenho, influencia no consumo e prejudica a dirigibilidade. O curioso é que até mesmo os de cinco marchas estão ficando raros. Os melhores resultados são entregues pelos de seis marchas ou mais.

Nesse momento você pode se perguntar se há um limite para o número de marchas? Bem, alguns fabricante afirmam que dez marchas seria a última fronteira tecnologia para o  sistema onde não valeria a pena investir mais em pesquisa. Segundo eles, os benefícios seriam muito pequenos para o montante de dinheiro necessário para seu desenvolvimento. Nesse caso valeria mais a pena apostar na transmissão CVT. Mas isso é assunto para um próximo Post. Até lá.