domingo, 29 de novembro de 2009

DICAS PARA SABER SE O SERVIÇO DE RETÍFICA DO MOTOR FOI BEM FEITO.


Você está trocando de carro. Passando para um pouco mais novo. Finalmente você encontra aquele carro que esperava...o ano, modelo, opcionais...até a cor que você desejava...tudo isso no preçinho que cabe no seu bolso. Mas, analisando um pouco mais, você descobre que o motor passou por uma retífica. E aí?

Na verdade, ninguém gosta de comprar um carro sabendo que o motor foi aberto. Isso diminui um pouco a confiança no conjunto mecânico, não é verdade? Nesse momento, a única certeza que temos é que o serviço do motor já foi feito. Resta agora saber se foi bem feito.

Posso afirmar que hoje em dia, os serviços de retífica são bem precisos e confiáveis. Mas um pouco de cautela sempre é bem vinda. Para ficar tranquilo, siga as dicas apresentadas nesse Post:

a) Procure saber o motivo que levou o motor a "bater"... Se foi por falta de lubrificação ou superaquecimento. Se foi por problema de lubrificação os itens mais atingidos são pistões, anéis de segmento, tuchos, árvore de manivelas ( virabrequim )...Se foi por superaquecimento pode ter ocorrido o empeno do cabeçote.

b) Peça a retífica que realizou o serviço ou a loja que está vendendo o carro uma relação com a descrição do serviço e das peças substituídas, para poder ter uma dimensão do problema. Se por exemplo, foi feita uma retífica no virabrequim, é por que o desgaste foi profundo, e o problema foi bem sério!!

c) Com o capô aberto, verifique o estado geral do motor. O mesmo tem que estar seco, sem presença de vazamento de óleo ou água pelas juntas e conexões.

d) Ligue o motor. Verifique se funciona bem em todas as faixas de rotação, sem falhas ou trancos, principalmente em marcha lenta. Perceba também se há ruídos e barulhos estranhos vindos do motor.

e) Dê uma olhada se sai fumaça pelo escapamento, principalmente com o motor frio. Se sair fumaça branca o motor possui alguma trinca no cabeçote ou bloco que está permitindo a entrada de água no motor. Se a fumaça for preta, é sinal de queima excessiva de óleo, que pode ser provocada pelo mal ajuste dos anéis do pistão no interior do cilindro, ou vazamento pelos retentores de válvulas.

f) Verifique o consumo de óleo do motor. Para isso, meça o nível de óleo, e rode 1.000km com o carro. Depois repita a medição. O nível de óleo não pode baixar muito.Verifique no manual qual o consumo de óleo aceitável.

Se após essas verificações estiver tudo OK, vá curtir o carango...

Até o próximo Post

Alexandre

domingo, 22 de novembro de 2009

É VERDADE QUE UM CARRO ACOSTUMADO A RODAR NA ESTRADA ANDA MAIS?


Imagine a seguinte situação. Seu vizinho vive se gabando que o carro que ele usa, além de disposto, é extremamente econômico. Tal conversa não passaria de lorota do morador da casa ao lado, não fosse um pequeno detalhe – o carro sobre o qual ele descarrega elogios é exatamente igual ao que você encosta diariamente na garagem, e que, você vive reclamando do elevado consumo e do péssimo desempenho.

O assunto pode até virar motivo de intriga entre vizinhos, mas será que tem um fundo de verdade? Bem, se o seu vizinho utiliza o carro em viagens constantes a trabalho, enquanto você se arrasta pelo caótico trânsito das cidades, então temos a explicação para o impasse.

Num circuito urbano, o anda-e-pára do trânsito faz com que o motor trabalhe em condições pouco favoráveis, fazendo-o funcionar em baixas rotações, com pouca circulação de ar, e em marchas curtas como a primeira ou segunda. Para manter o motor funcionando nessas condições a quantidade de combustível é elevada, consumindo mais e formando depósitos de carbono no interior do motor. A bomba de óleo trabalha com baixa circulação de óleo e a circulação de líquido de arrefecimento está em baixa.

Já, em uma estrada, o motor trabalha em um regime de funcionamento constante, com marchas altas como quarta e quinta, com ventilação garantida pelo movimento do carro. As rotações mais elevadas do motor favorecem a queima do combustível, reduzindo o consumo e evitando a carbonização do motor.

Daí o motivo pelo qual o carro do vizinho parece mais ágil e econômico. Com o passar do tempo, a condição de rotações elevadas, combinado com velocidade constante na estrada diminui o acúmulo de carbono no interior do motor, fato que não podemos evitar no trânsito lento da cidade.

Resumindo. Quanto mais tempo você passa no engarrafamento, mais carbonizado fica o motor. E, a cada dia que passa, o motor do seu carro ficará ainda mais carbonizado, aumentando o consumo de combustível, e reduzindo, na mesma proporção, o desempenho.

Portanto, uma coisa é certa – o seu vizinho está com toda razão!!!

Até o próximo Post.

Alexandre

domingo, 15 de novembro de 2009

PORQUE O CARRO FLEX NÃO É ECONÔMICO? PARTE II


Muita gente reclama que os carros Flex tem um padrão de consumo similar aos carros carburados à álcool da década de 1980. E isso não é mentira. Um carro Flex,que no ciclo urbano faz cerca de 7,5 quilômetros com um litro de álcool, está no mesmo patamar de consumo dos carros de 20 anos atrás.

Daí vem a pergunta: em vinte anos, apesar de todo o desenvolvimento tecnológico, os engenheiros não conseguiram melhorar o consumo no álcool? A resposta está na química. Para queimar uma fração de álcool, precisamos em média de oito frações e meia de ar. Comparando com a gasolina que precisa aproximadamente de treze frações de ar para uma de combustível, no caso do álcool precisamos, proporcionalmente, de mais combustível para termos uma queima eficiente.

Resumindo, quando usamos álcool o consumo será sempre, eu disse sempre, maior que no caso do uso da gasolina. Não há como mudar isso!! É a Química!! Portanto, se você quer culpar alguém, culpe a Mãe Natureza !!!

Tudo bem, tudo bem, isso explica, mas não justifica. Pois, não é possível que conseguimos mandar o Homem à Lua e não conseguimos tornar uma carro movido a Álcool econômico!!

Bem, você pode estar certo de que os engenheiros automotivos estão tão dedicados a esse assunto quanto qualquer engenheiro da NASA!!! Qual Montadora não quer oferecer um veículo que possa rodar com um combustível pouco poluente e de fonte renovável como o álcool, e ainda assim, ser extremamente econômico? Seria algo como redescobrir a roda !!!

Várias modificações técnicas são necessária para tornar possível o uso do álcool e gasolina em um único motor, conciliando desempenho, consumo e emissão de poluentes. E é sobre isso que falaremos nos próximos Posts.

Alexandre

Para saber mais sobre o assunto:

domingo, 8 de novembro de 2009

SE UM MOTOR TRABALHA PRÓXIMO DE 100°C, PORQUE A ÁGUA DO RADIADOR NÃO FERVE? - PARTE II

Como já falei anteriormente, todo carro fabricado hoje em dia utiliza a solução de água mais aditivo para arrefecer o motor. Mas, para garantir a eficiência do sistema é importante manter a água no estado líquido. E como isso é feito?


Bem, no Post anterior vimos a importância do uso do aditivo no controle da ebulição da água. Mas o aditivo não faz tudo sozinho. Existe outro fator, ainda mais importante – a pressão. E é a pressão o principal fator no controle da mudança de estado físico.

Para tornar mais fácil o entendimento da relação entre a pressão e a temperatura de ebulição da água, basta voltarmos um pouco aos conceitos aprendidos no ensino fundamental. Lá aprendemos que a água muda de líquido para vapor a 100 °C, só que isso ocorre a pressão atmosférica.

Se aumentarmos a pressão sobre a superfície da água, será necessário aumentar também a temperatura, fazendo com que a água vença a pressão adicional e mude de estado físico. Isso quer dizer que quanto maior a pressão, maior a temperatura de ebulição. Entendeu agora?

O mais interessante é que esse conceito físico é aplicado tanto em utensílios domésticos, como uma panela de pressão, que você usa para cozinhar mais rápido, quanto no sistema de arrefecimento do seu carro.

Nesse caso, o sistema de arrefecimento é pressurizado. O reservatório por onde é adicionado o líquido de arrefecimento possui uma tampa, que faz a função de válvula de controle da pressão, assim como a válvula da panela de pressão. O segredo do sistema é manter a água sempre sob uma pressão maior que a atmosférica, assim, mesma à temperatura de 100°C a água permanecerá no estado líquido.

Até o próximo Post.

Alexandre

Para saber mais sobre o assunto:

VOCÊ CONHECE O RECALL BRANCO?

Esse Post começa com uma pergunta – você conhece o Recall Branco? Não? Bem, pra ser sincero, até escrever esse Post eu não fazia a menor idéia do que se tratava!!

O Recall, como já sabemos, é uma estratégia utilizada por fabricantes para convocar Clientes cujos produtos apresentam algum defeito de fabricação que comprometa a segurança. Já, o Recall Branco, como está sendo divulgado, é quando um produto apresenta um defeito mais não compromete a segurança do usuário. Sendo assim, não há a necessidade de convocação dos proprietários dos veículos em grandes mídias, como exige o Código de Defesa do Consumidor para o caso de Recall. Talvez o termo mais correto fosse “Recall Silencioso” já que os custos com mídia e divulgação é bastante reduzido, assim como não é feito alarde sobre o problema.

A expressão "Recall Branco" parece suavizar a importância desse tipo de ação para o consumidor, mas não se trata de uma ação ilegal, pelo contrário, está totalmente acobertada judicialmente, pois assim como um Recall convencional, é acompanhado de perto pelo Departamento de Proteção e Defesa ao Consumidor, entidade ligada ao Ministério Público Federal, que tem autoridade para instaurar um processo judicial contra o Fabricante caso suas exigências não sejam cumpridas. Trata-se portanto, de uma coisa muito séria.

O termo se tornou mais conhecido, pois recentemente uma grande montadora anunciou o que seria um dos maiores Recalls Brancos do País !!! Isso mesmo, estima-se que mais de 400 mil veículos, fabricados desde 2008 passarão por reparos nas concessionárias da Marca. Tudo isso por conta das especificações do óleo lubrificante utilizado no motor.

Caso fosse lançado um Recall de verdade, o valor do prejuízo, com divulgação na mídia, reparo dos veículos, logística das peças e mão de obra, iria girar em torno de R$ 1 bilhão !!! Mesmo com o susto, a Montadora assumiu a responsabilidade e está convocando os clientes que reclamam de um ruído no motor para fazer os devidos reparos, assim como substituição do lubrificante, e aumento da garantia do motor três para quatro anos.

Portanto, não importa se o Recall é Branco ou não. O direito do Consumidor estará garantido. Isso é o que importa!!

Até o próximo Post.

Alexandre

Para saber mais sobre o assunto:

domingo, 1 de novembro de 2009

O FUTURO É DOS AUTOMATIZADOS.

Certa vez, participando de um grupo de discussões em um fórum sobre mecânica na web, onde o tema era transmissão automática, fui crucificado por diversos participantes ao defender o câmbio automatizado em relação aos automáticos convencionais !!!

Assim como me justifiquei no Fórum, não estava apenas defendendo o novo tipo de câmbio, mais sim afirmando que na Europa, era mais que uma tendência, sendo, portanto, o câmbio do futuro!! E eu não estava errado. Muito pelo contrário. Na época da discussão, apenas um único modelo no Brasil oferecia o câmbio. Atualmente, nove modelos fabricados no país já adotam o equipamento!!!

O câmbio automatizado ou robotizado utiliza a caixa de câmbio manual convencional, com engrenagens e disco de embreagem. O que o diferencia é a ausência do trambulador, aquele conjunto de articulações que liga a alavanca de marchas ao câmbio, sendo substituído por um conjunto eletrohidráulico com válvulas responsáveis pelo engate das marchas e acionamento da embreagem.

A principal vantagem do novo sistema é o custo. É que em relação ao câmbio automático, que possui um complexo conjunto hidráulico, e uma peça conhecida como conversor de torque, o automatizado usa, exatamente, a mesma caixa de marchas do carro manual, incluindo apenas o conjunto eletrohidráulico e uma central eletrônica.

Apenas para termos uma idéia da redução dos custos, o valor médio de um câmbio automático é de $ 4.000,00, enquanto que o automatizado acrescenta apenas $ 2.400,00 no valor do veículo. Essa redução considerável nos custos tem levado as montadoras a investirem nesse tipo de câmbio, seja num esportivo, com dupla embreagem, ou mesmo em um modelo popular.

Mas e como funciona esse tipo de câmbio? Bem, isso veremos nos próximos Posts.

Alexandre