sábado, 29 de agosto de 2009

COMO FUNCIONA O SISTEMA DE EXAUSTÃO – PARTE II


Dando continuidade ao Post Como funciona o sistema de exaustão – Parte I, iremos agora conhecer cada uma das peças que compõem o sistema, assim como esclarecer sua função.

Começamos pelo Coletor de escape que representa uma das extremidades do sistema, sendo a ligação entre o motor e a tubulação de escapamento. Devido à alta temperatura dos gases na saída do motor este componente é construído normalmente em ferro fundido.

Em seguida temos o intermediário, que, assim como o nome está dizendo, está localizado na metade do sistema, sendo responsável pela ligação entre o coletor de escape e o silencioso. Este componente normalmente serve como suporte para o catalisador.

O catalisador vem em seguida, e é uma espécie de marmita metálica cuja função é acelerar a reação química dos gases provenientes da queima do combustível, tornando-os menos nocivos. Nos carros Flex, o catalisador está instalado na saída do coletor de escape, antes do intermediário a fim de aumentar sua eficiência com o motor frio.

O silencioso, também conhecido como bojo, está posicionado na seção final da tubulação de escape, antes da ponteira. Sua função é reduzir o ruído provocado pela exaustão dos gases funcionando como uma espécie de caixa de ressonância, reduzindo os pulsos provocados pelo movimento alternado dos pistões e o ruído da queima do combustível.

A ponteira constitui a outra extremidade da tubulação, sendo possível perceber sua presença pela posição fora da carroceria. Na maioria dos veículos forma uma peça única com o Silencioso. E, normalmente assume mais uma função estética que funcional.

Nos próximos Posts falaremos mais sobre o sistema de exaustão.

Alexandre

Para saber mais sobre o assunto:

domingo, 23 de agosto de 2009

USAR SOMENTE ÁLCOOL NO CARRO FLEX PREJUDICA O MOTOR?


Recebi vários e-mails na semana passada de leitores que questionam o uso de 100% de álcool no tanque de um carro Flex. Alguns argumentam que o uso exclusivo do álcool deve ser evitado, sendo recomendado o uso de gasolina em intervalos regulares.

Até entendo essa preocupação. Desde que o Etanol passou a ser utilizado como combustível, há cerca de 30 anos, que os danos causados por ele são conhecidos. Oxidação, entupimento das tubulações e desgaste do motor pela deficiência de lubrificação eram alguns dos problemas enfrentados pelos engenheiros e mecânicos da época.

Tudo isso pelo simples fato do Etanol ser um combustível hidratado, ou seja, com 5% de água em sua composição. Isso significa que as peças metálicas com as quais tem contato podem ser atingidas por oxidação. Mas o maior problema do álcool não reside na água, mas sim no seu nível de acidez que é muito elevado, provocando corrosão.

E, é justamente pelo fato do Etanol ser muito ácido que na era dos finados carros carburados todos os modelos movidos a álcool utilizavam tratamentos químicos com níquel ou cromo, a fim de suportar o combustível “verde”. Quem viveu essa época lembra bem disso.

Hoje em dia, na era dos motores Flex, a preocupação com o uso do álcool continua, mas a tecnologia permite o uso exclusivo de álcool hidratado sem problemas ao motor. Todas as peças que têm contato direto com o combustível são tratadas quimicamente. Mangueiras, dutos, válvulas de admissão e escape, bomba de combustível e anéis dos pistões recebem um banho químico, protegendo-os dos efeitos da oxidação.

Mas existe ainda um problema. As sedes e guias de válvulas são pequenos componentes que apóiam as válvulas do motor permitindo que as mesmas abram e fechem corretamente. Ocorre que essas peças são lubrificadas pelo próprio combustível ao ser injetado no interior da câmara de combustão, e não pelo óleo do motor. O álcool, diferentemente da gasolina, não possui propriedades lubrificantes, ocasionando desgaste prematuro e perda de compressão do motor. A solução encontrada foi modificar o tipo de material utilizado nessas peças, adotando um metal mais resistente.

Portanto não há motivo para preocupação. Abasteça seu carro Flex com álcool, coloque gasolina aditivada no reservatório de partida a frio e seja feliz!!!

Por isso afirmo! Álcool e direção combinam !! Desde que o álcool esteja no tanque !!!

Até próximo Post.

Alexandre

sábado, 22 de agosto de 2009

TUDO SOBRE PINTURA AUTOMOTIVA - PARTE I


Recebi um e-mail de um leitor que me perguntava qual a melhor maneira de cuidar da pintura sólida do seu carro. Bem, e-mail respondido, surgiu a idéia de elaborar uma série especial de Posts sobre a pintura Automotiva, desvendando o complexo universo das cores.

Mas para isso vou suar a camisa para explicar conceitos como a refração da luz e ótica. É que para entender a pintura do seu carro iremos precisamos entender que a luz é composta de vários espectros coloridos que variam entre os tons Vermelho, laranja, amarelo,verde, ciano, azul e violeta. E para que possamos perceber um determinado tom, é preciso suprimir os demais. Isso quer dizer que os pigmentos que compõem a tinta automotiva absorvem a luz, refletindo apenas aquela cor específica.

Tá complicado demais? Vou tentar explicar melhor através de um exemplo. Quando nossos olhos enxergam um carro vermelho, é porque todo o espectro de luz foi absorvido pela pintura, sendo refletido apenas o tom vermelho. É isso que nos dá a percepção de cor. Entendeu agora?

Esse fenômeno ótico é explicado por uma ciência muito complexa chamada de Colorimetria, e é a base da pintura automotiva. A Colorimetria classifica uma cor conforme três características distintas que são o tom, a saturação e a intensidade.

O tom é a característica que torna possível a percepção de uma cor específica. É através do tom que diferenciamos uma cor amarela de uma cor verde, por exemplo. Já a saturação de uma cor indica seu grau de pureza, ou seja, a cor será mais ou menos saturada quanto menor for o seu conteúdo de branco ou cinza. ( Experimente mexer nesse ajuste no controle remoto de sua televisão e entenderá melhor o que estou dizendo). Quanto a intensidade, podemos defini-la como a luminosidade de uma cor, ou seja, é essa característica que torna possível diferenciar uma cor mais clara de uma mais escura.

Nos próximos Posts daremos continuidade a essa série sobre Pintura Automotiva.
Alexandre Costa

domingo, 9 de agosto de 2009

OQUE É RECALL? PARTE II


O Recall é uma coisa muito séria, tão séria que é regido por normas rígidas que tem como objetivo garantir a integridade física do consumidor, assim como reduzir prejuízos de ordem material. O cumprimento dessas regras estão definidas no Artigo 10 do Código de Defesa do Consumidor ( CDC ), que responsabiliza o Fabricante pelo reparo.

Só que realizar um Recall é muito caro e dispendicioso para qualquer Montadora. Não só pelos elevados custos com divulgação maciça na mídia, mas também pelo custo de retrabalho com a realização do serviço de reparo, substituição ou modificação da peça defeituosa.

Mas, mesmo com a divulgação na Mídia, o Consumidor não é obrigado a atender a convocação. Bem, obrigado não é, mas como o objetivo principal é garantir sua própria segurança, evitando possíveis acidentes, é interessante que não só atenda ao chamado, como efetivamente acompanhe os reparos e exija uma Ordem de Serviços que ateste a participação no Recall.

Quanto ao prazo para atender a convocação, posso afirmar que não existe um período determinado para realização do serviço, pois a Lei determina que, enquanto houver no mercado produtos com vício de fabricação que comprometa a segurança do usuário, o fabricante deverá se responsabilizar pela correção do problema.

Esses reparos não devem trazer nenhum custo ao Consumidor, devendo ser gratuito, estando todos os custos cobertos pela Montadora. O único inconveniente é ficar sem o carro enquanto o serviço é realizado. A Lei não determina a locação de veículos para o Cliente nesses casos.
E se você é proprietário de um veículo semi-novo, não se preocupe. O Recall não é válido apenas para veículos novos, ou dentro do prazo de garantia. Portanto, se você comprou um carro usado que se enquadra no lote de veículos convocados para reparos você também tem os mesmos direitos.


E, para finalizar, caso você já tenha sido vitima de um problema que tenha colocado sua segurança e a dos ocupantes do veículo, mesmo que tal componente não seja alvo de uma Recall, você pode exigir seus direitos, desde que comprove que a falha da peça é resultante de um defeito de fabricação.

Para orientar melhor os Clientes, no Site do Ministério da Justiça (
www.mj.gov.br/Recall) é possível vizualizar quais veículos estão passando por um Recall.
Até o Próximo Post.

Alexandre

Saiba mais sobre o assunto:

sábado, 8 de agosto de 2009

LIBERAÇÃO DO DIESEL PARA VEICULOS DE PASSEIO. VOCÊ CONCORDA?


No último dia 5 de agosto, a Comissão de Constituição e justiça do Senado deu parecer favorável a um projeto que visa a liberação da venda de veículos de passeio movidos a Diesel o País. Por enquanto é apenas um projeto, que passará por uma avaliação na Comissão de Assuntos Econômicos, mas o assunto levanta muita polêmica.

A proibição do uso de diesel em carros de passeio é bem antiga, e data de antes do meu nascimento!! Para ser mais preciso, desde 1976 a venda, e não a produção, de veículos Diesel está limitada no País a veículo com capacidade de carga acima de uma tonelada. Ou seja, apenas ônibus, caminhões, utilitários e veículos off-road poderiam adotar o Diesel como combustível.

O objetivo na época era reduzir a dependência do petróleo, que era importado, mas mesmo hoje, tendo alcançado a auto-suficiência de petróleo desde 2006, a liberação para veículos de passeio causaria um desequilíbrio no fornecimento do combustível, exigindo novamente sua importação. Digo isso porque temos hoje uma das maiores frotas de veículos comerciais do mundo, e compartilhar esse combustível com automóveis leves só aumentaria a demanda pelo Diesel.

O problema todo está ligado a decisões tomadas no passado, onde o Governo brasileiro optou por construir estradas em vez de ferrovias, o que resultou na dependência do transporte rodoviário de carga, hoje o maior consumidor do Diesel no País.

Portanto, tal projeto já esbarra na limitada oferta do combustível no País. E, para aqueles que acham que o Bio Diesel pode resolver a questão, aí vai uma informação importante: o objetivo do Bio Diesel é reduzir o consumo de petróleo no País através da adoção de 5% de óleo vegetal, reduzindo também o consumo e a emissão de poluentes, mas não seria suficiente para compensar

Você acha que investir em um novo tipo de motorização em um País que é líder mundial em Tecnologia Flex, e no uso de etanol como Combustível compensa? Deixe o seu comentário.

Até o próximo Post.

Alexandre

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O QUE É RECALL? PARTE I


Nos últimos anos temos ouvido falar de um termo muito utilizado no exterior – o Recall. Essa palavra em inglês, cuja tradução ao pé da letra significa “chamar de volta”, é uma estratégia utilizada por fabricantes de todo o mundo para convocar Clientes cujos produtos apresentam algum vício de fabricação que comprometa a segurança. Isso vale para brinquedos, equipamentos, remédios e, principalmente, automóveis.

E, quando tratamos de automóveis, todo o processo do Recall começa através de uma verificação de qualidade que algum fornecedor da Montadora realiza em seus produtos. Quando um lote defeituoso de peças é identificado, a substituição é realizada ainda na linha de produção. Até aí, tudo bem. O problema começa quando se constata que um determinado número de peças do lote defeituoso está equipando veículos que já foram vendidos para os Clientes. Aí sim, temos um grande problema.


Sem perder tempo, a Montadora, juntamente com o Fornecedor da peças, realiza um minucioso levantamento com o objetivo de relacionar exatamente quais veículos, dentre os fabricados naquele período, utilizam a peça defeituosa. Assim, é determinada uma “ilha de chassi” que é uma sequência de números de chassi que correspondem aos carros comprometidos com o problema.

De posse dessa relação de números de chassi a Montadora utiliza todos os recursos de mídia ( digital, impressa e televisiva ) com o objetivo de convocar todos os Clientes que compraram esse modelo de veículo a realizarem a substituição do item em questão, em uma Concessionária, sem ônus nenhum para o proprietário.

Se o seu carro estiver numa lista de convocação para um Recall não há necessidade para pânico, muito menos para descrença na qualidade da Montadora. As peças reprovadas pelo controle de qualidade não necessariamente vão apresentar um defeito, tendo sua substituição um caráter preventivo. Mesmo assim, é importante não bobear e ir logo a Concessionária mais próxima.

Nos próximos Posts falaremos sobre os aspectos legais do Recall.

Alexandre